Desde que eu nasci estou num conflito
Aflito pra saber porque com tanta gente
Que eu podia ser eu nasci eu
Eu nasci eu
Perdido entre sentimentos bons
Pequenos delitos e contradições
Entre a luz e o breu
Eu molho o pão no café e levo fé
Que deus é preto, fuma cachimbo
Nasce menino e cresce mulher
Vira fumaça, não tem destino
Brinca de roda, roda nos ventos
Dança na chuva, pois é um índio
E cai no frevo, dança ballet
No que imagino
Em tudo que há ele é
Mas eu não sou um só, não sou só um
Eu também sou milhões de eus
Não sou deus, mas sou eus
Não sou deus, mas sou eus
Eu também sou milhões de eus
Pois sou eu quem acredita em mim
Sou eu quem me explico quando me complico
Eu mesmo atendo às minhas preces
Eu mesmo ouço meus próprios gritos
Oh brother, buscando minhas próprias conclusões
Oh brother, foi eus que quis assim
Oh brother, eus é deus dentro de mim
Graças à deus!
Graças à deus!
Graças à deus!